Atleta com Esclerose Múltipla Completa 21k

Michelle Chiarello supera os próprios limites e deixa uma grande lição de vida

Mesmo com o diagnóstico de uma doença degenerativa sem cura, há escolhas. Alguns se resignam e aceitam a nova condição clínica. Outros, contudo, aprendem a conviver com ela e seguem em busca de conquistas. Este é o caso de Michelle Chiarello, que aos 41 anos recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla e recomeçou sua jornada.

Os Primeiros sintomas da Esclerose Múltipla

Michelle dividia o seu tempo entre o trabalho e seus dois filhos, quando sentiu que algo estava diferente em seu corpo. Os primeiros sintomas foram de visão dupla, semelhante a uma embriaguez. Era a neurite óptica, uma das manifestações da doença por problemas em conexões neurais. Uma investigação detalhada mostrou que, somado a outras condições clinica que ele apresentava, apontava para uma esclerose múltipla.

Tratando a doença a cada passo, Michelle, assim como muitos atletas, assistiu ao filme 100 Metros. O filme espanhol de 2016 com direção de Marcela Barrera é emocionante mesmo! Assim como muitos telespectadores, a trama inspirada na história real de Ramon Arroyo conta sua história como portador da doença que resolve completar um Ironman. E Ramon, com sua força de vontade e treino com acompanhamento médico, completou vários outros Irons.

Por que Michelle não o faria?

Rumo a meia maratona

Com o diagnóstico de esclerose múltipla em mãos, a ainda não atleta iniciou seu tratamento. O primeiro passo foram as injeções, que a deixaram sem força nos braços e tiveram outros efeitos colaterais. Houve mudanças de medicações, métodos novos, mas sempre um passo de cada vez. A aposentadoria por doença veio e ela pode dedicar mais tempo a si mesma.

O tratamento ficou em paralelo com os cuidados pessoais que vinham com a atividade física. Começou fazendo musculação e caminhada, até contar com assessoria esportiva da Move On, que foi essencial durante o processo. A partir daí, foi passo a passo, treino a treino que em novembro de 2021 a Michelle fez seus primeiros 10 km. E no último dia do ano, na São Silvestre, os primeiros 15 km.

Em 2022 ela completou seus primeiros 21 km. Sem pressão, com os cuidados do treinador, carinho da equipe e confiando em si mesma. Foi na Meia Maratona de Florianópolis que ela cruzou a linha de chegada com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos. Assim como o Ramon do filme 100 metros, mais uma batalha tinha sido vencida com sucesso.

“Cruzei a linha de chegada com 2h52 e passou um filme desde o primeiro diagnóstico. Nunca pensei que fosse acontecer, mas acreditei”, conta a meio maratonista. A maratona? Pode entrar nos próximos planos.

A mensagem de superação

Michelle não apenas aprendeu a conviver com a sua doença como abraçou a causa de uma realidade que abate muitos.

Hoje ela trabalha na Aflorem – Associação de Florianópolis e Região de Esclerose Múltipla, e deixa a sua mensagem de superação. Porque limites somos nós que nos impomos.

Por: Lidianne Andrade
Fotógrafa Esportiva e Jornalista