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Mulheres na Corrida

Não é difícil descobrir quem é o ídolo de uma menina quando falamos de mulheres poderosas. Assim como você também já deve ter pensado nela, a personagem feminina mais forte das histórias em quadrinhos. Referência de força e resistência, a Mulher Maravilha também é nos dias atuais símbolo de muitas atletas. Sua relação com seus poderes, como a velocidade, e habilidades inspiram as mulheres na corrida, muitas se vestem como ela ou utilizam acessórios que a identificam para correr. Até porque é tão bom se sentir uma Mulher Maravilha, não é mesmo?

Lugar de Mulher é na Corrida - Blog Foco Radical
Imagem: Pixabay

Mas até chegar ao ponto das mulheres serem reconhecidas na corrida, demorou! Assim como em vários setores, a mulher teve que mostrar muito do que é capaz para ter seu espaço no esporte. Em meados da década de 60 duas mulheres desafiaram as regras e correram a segunda maior maratona do mundo, a de Boston. Elas queriam e provaram que também têm resistência e força para conquistar os 42km. Roberta Louise “Bobbi” Gibb em 1966 e Kathrine Switzer em 1967, essa devidamente inscrita porque usou apenas as iniciais do nome para poder correr oficialmente na prova. Mesmo sendo descoberta e praticamente impedida de completar a maratona, ela não só cruzou a linha de chegada, como também fez um tempo melhor que muitos homens. Mas foi só em 1972 que as corredoras começaram a disputar a Maratona de Boston.

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Catarina Suíça. Foto: Bettmann/GettyImages

No Brasil, a inclusão de mulheres na corrida também demorou. Só a partir de 1976 elas puderam participar da mais tradicional corrida de rua do país, a São Silvestre, realizada desde 1925, em São Paulo.  Eleonora Mendonça, que começou a correr no início da década de 70, participou logo na primeira edição aberta a todos. Ela entrou na corrida numa época em que o número de mulheres no esporte era muito baixo. Foi aí que resolveu abrir as portas para as mulheres conhecerem esse estilo de vida. Em 1980 começou a organizar eventos de corrida exclusivos para elas. Eleonora também foi a primeira mulher brasileira a correr uma maratona olímpica. Sua marca foi deixada nos Jogos de Los Angeles em 1984.

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Eleonora Mendonça. Foto: Arquivo Pessoal

Com o passar dos anos, a realidade foi mudando, e atualmente o número de mulheres em provas tem aumentado cada vez mais. Só para você ter uma ideia, em 1986, apenas 20% dos corredores eram mulheres, segundo o “State of Running 2019”, que pesquisou 70 mil eventos em 193 países num período de 32 anos. Já em 2018, o percentual delas na corrida saltou para 50,24%. Dado que já pode ser visto no Brasil também. Em muitas provas, elas já são maioria entre os inscritos, ou no mínimo os números praticamente se igualam. Em Santa Catarina, nas provas da Corre Brasil as corredoras já representam 48,9%.

As estatísticas mostram o quanto as mulheres têm encontrado na corrida uma nova forma de se superar. Muitas descobriram o esporte para melhorar a qualidade de vida, em busca de mais saúde. Outras como forma de se sentir mais livres e mais leves dos compromissos profissionais ou da rotina puxada de ser muitas, em uma só: esposa, mãe, dona de casa, profissional, e ainda ser atleta. Aquela que acorda às cinco horas da manhã para dar conta de tudo e termina o dia feliz por ter conseguido dar aquela corridinha.

O que quero dizer é que lugar de mulher é sim na corrida, nas pistas, nas provas e onde ela quiser mostrar sua força e resistência. A corrida tem a capacidade de mudar uma vida e mostrar que existe um estilo próprio, onde a cada quilômetro se descobrem novas sensações, sentimentos e experiências. Mostra o quanto somos capazes de enfrentar qualquer obstáculo, nos deixa mais forte e nos faz descobrir uma nova mulher, que talvez, não conseguiríamos enxergar sem a corrida. Ela nos conecta com o nosso interior, nos faz crescer e até nos transforma naquela Mulher Maravilha que tanto admiramos desde a infância.

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Foto: Elizandro R de Oliveira (Foco Radical)

Seja qual for a sua escolha, corra Mulher! Corra para se divertir, para bater recordes, para fazer amizades, para extravasar. Use e abuse deste tempo que você se dedica apenas a você mesma. Divida suas alegrias e os prazeres que a corrida proporciona para incentivar outras mulheres a correrem também. Seja feliz em cada metro, quilômetro, ou milha que fizer, independentemente do seu pace, de quanto tempo você vai cumprir o treino ou a prova. Cada vez que você sorri, cada vitória que conquistar vai te deixar ainda mais completa e realizada. Utilize os seus superpoderes para contaminar quem ainda não conhece esse vício chamado “Corrida de Rua”.

Ótimos treinos e Felizes Corridas!

Por: Sabine Weiler
Jornalista e Corredora
@sabineweilerjornalista

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